Unidade II.III.IV

 

                A personalidade diz respeito a um conjunto de características pessoais, persistentes e suportadas numa coerência interna.

A personalidade é um conceito que apela ao indivíduo, à sua unicidade, no que há de mais nuclear e específico em si mesmo, mas também à sua diferenciação, no que há de distintivo dos outros.

A personalidade permite que nos reconheçamos e sejamos reconhecidos mesmo quando, ao desempenhar os vários papéis sociais, usamos diferentes máscaras que representam as diferentes personagens.

 

NATUREZA DA PERSONALIDADE

A personalidade é uma construção pessoal que decorre ao longo da nossa vida. A personalidade não se pode isolar de aspectos pessoais como a dimensão fisiológica, emocional, intelectual, sociomoral, não sendo também independente da consciência e da representação de si, que cada um tem, nem da sua auto-estima.

 

Factores Gerais Que Influenciam a Personalidade:

Analisemos então três factores gerais que influenciam a personalidade:

1.                Influências Hereditárias à na determinação do temperamento estão as variações individuais do organismo, concretamente a constituição física e o funcionamento dos sistemas nervoso e endócrino, que são em grande parte hereditários.

2.                Meio Social à o meio social – família, grupos e cultura a que se pertence – desempenha um papel determinante na construção da personalidade. A personalidade forma-se num processo interactivo com os sistemas de vida que a envolvem: a família, o grupo de pares, etc. O tipo de ambiente e de clima vivenciados influenciam a personalidade.

3.                Experiências Pessoais à as experiências pessoais são todas as vivências que ocorrem na nossa vida. A qualidade das relações precoces e o processo de vinculação na relação da díade mãe/ filho parecem ser fundamentais na estruturação e organização da personalidade. A complexidade das relações familiares vai influenciar as capacidades cognitivas, linguísticas e afectivas, processos de autonomia, de socialização, de construção de valores das crianças e jovens.

Os psicólogos dizem ser entre os 2 e os 3 anos que começam a surgir manifestações de afirmação do ego – personalismo. Esta é uma fase em que a criança procura normalmente afirmar-se e exercer poder sobre a família, o que frequentemente acontece pelo negativismo (diz não, opõe-se às ordens…).

É interessante relacionarmos o facto de nesta idade ela empregar, na linguagem o pronome eu em vez de se referir a si na terceira pessoa. Esta fase de afirmação corresponde também ao período edipiano na teoria psicanalítica.

Ocorrências e acasos são experiências que marcam a personalidade de quem as vive. Mas o sentido que nós lhes atribuímos, a forma personalizada como as representamos, o modo como conseguimos (ou não) superá-las e integrá-las na nossa vida são também reflexo de uma personalidade.

 

O DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE

A personalidade de uma pessoa é produto quer do seu passado – a sua história de vida - , quer dos objectivos que aponta para o futuro.

Murray considera que a primeira infância tem um papel fundamental na formação da personalidade: distingue cinco estádios que deixariam marcas na personalidade sob a forma de complexos influenciando de modo decisivo o desenvolvimento normal do indivíduo.

A teoria de Murray sobre a personalidade reflecte a influência da psicanálise e das teorias humanistas, destacando-se o carácter interactivo e dinâmico das suas concepções. Alguns críticos apontam a ausência de estudos empíricos que fundamentem a sua teoria.

Uma das aplicações mais conhecidas da teoria das necessidades é na construção do TAT, que é um dos testes projectivos mais utilizados em que se pretende a apreensão e interpretação dos aspectos menos visíveis da personalidade: fantasias, desejos, conflitos…

 

Teoria da Personalidade de Bandura

- Este autor encara a personalidade como sendo, fundamentalmente, constituída por um conjunto de aprendizagens que ocorrem ao longo da vida, concretamente as que resultam das interacções sociais.

    Dando realce às interacções com o meio, Bandura refere que muitas das aprendizagens que fazemos ao longo da vida se fazem por modelação. Como o próprio nome indica, a aprendizagem por modelação orienta-se por modelos que são, geralmente, os pais, os amigos, os professores, etc., e, actualmente, também os meios de comunicação veiculam modelos que são objecto de imitação. Geralmente, os modelos são pessoas mais significativas e que têm características semelhantes às do sujeito. Este processo de aprendizagem, consiste na observação e integração que nos leva a adquirir novas formas de actuar, reagir e conhecer-se. É importante realçar o reforço como elemento fundamental neste processo, e pode ser directo ou vicariante. Assim, Bandura defende a personalidade como resultado da acção do meio e dos processos de aprendizagem, bem como das variáveis pessoais.

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