Unidade II.III.VI

 O desejo da eterna juventude sempre acompanhou a humanidade. Os que temem e negam o envelhecimento buscam, a possibilidade de, se não permanecer jovem, ao menos aparentar uma eterna e falsa juventude. Entretanto não é esta a prioridade de saúde daqueles que convivem com a realidade da velhice. Que deve ser encarada como fase natural do desenvolvimento humano e não como doença ou castigo. A exaltação da juventude, com notável predomínio dos valores estéticos sobre tantos outros valores, revela o velho como o grande vilão do mundo moderno e muitas vezes como um objecto de repulsa e rejeição social.

Os valores estéticos estão tão enraizados culturalmente no comportamento das pessoas que um acto de afecto e carinho entre dois idosos, como por exemplo, o caso de um beijo, é capaz de provocar atitudes de evitação, jocosidade e até reprovação, o mesmo acto, tendo adolescentes como protagonistas, encontra receptividade social muito maior, na propaganda então nem se fala. Os idosos, quando aparecem, só o fazem quando é necessário um clima cómico ou caricatural.

Viver e não ter vergonha de ser feliz, a imagem da avozinha sentada na cadeira de balanço não condiz com a realidade actual dos idosos, dançando em bailes, frequentando grupos de convivência, participando de viagens turísticas, colaborando com entidades filantrópicas, lutando por seus direitos. As características trazidas pelo indivíduo à vida (sua constituição) se tornarão mais exuberantes com o envelhecimento e, se o indivíduo viveu desajustadamente durante fases mais prematuras de sua existência, certamente envelhecerá mais desajustadamente ainda.

A literatura médica trata não somente do aspecto biológico referente à velhice, mas do seu aspecto sócio-cultural, e ao aumento da duração da vida humana, evitando que a velhice, fenómeno fisiológico, se transforme em velhice-enfermidade, o que caracteriza a velhice não é a quantidade dos anos vividos, o que caracteriza a velhice é a perda dos ideais da juventude, é dessintonia com a mentalidade do seu tempo.

A situação das pessoas idosas passou a despertar o interesse de diferentes áreas da sociedade há muito tempo. A preocupação da ONU é grande diante do crescimento do número de idosos, sendo que a “Educação para a Velhice”, é uma das suas orientações. A população de + de 60 anos no século XXI crescerá 107%. De 1950 a 2025 o número de pessoas com + de 60 anos aumentará 15 vezes. Isto se deve pelas melhores condições sanitárias de vida, pelas prevenções de doenças realizadas pelos governos e pela descoberta de novos medicamentos, entre outros factores. Desta forma cresce a cada dia a população idosa, também em Portugal , e a sexualidade destes que foi sempre abolida e colocada em segundo plano deve agora ser cada vez mais presente e praticada

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